quinta-feira, 17 de janeiro de 2019


E então 50!



Meio século de existência e a inevitável questão: onde foram parar todos esses anos? Precisei fazer uma reflexão de uns cinco minutos para rir da pergunta e lembrar dos milhões de coisas que fiz e faço na minha vida de hiperativa e assim, foi bem rápido chegar até aqui.
Envelhecer é assustador, é sim. Não no aspecto físico, para isso há todas as fórmulas possíveis capazes de fazer com que o tempo não seja tão ruinoso, mas pela forma como a sociedade trata as pessoas que envelhecem, há um temor, um medo tão grande da morte que é a etapa final do envelhecimento,  que o desprezo pela idade está claro e só o que é jovem é valorizado.
Como este é um blog de dicas, fica aqui uma muito importante para quem está a caminho dos 50, já chegou lá ou já ultrapassou ou teme que um dia chegue: Dane-se o que pensam, importe-se com o que você pensa sobre você e sua idade.
Eu me recuso a ter 50! Sim, é isso que você leu! Eu não vou ser uma idade, eu tenho 1, 10,20,30,40, 50 e até 100 anos as vezes. Tudo depende do humor e das escolhas que faço para o meu dia.
Eu sou dona de todas as idades pelas quais passei e não vou mudar o mesmo comportamento que tenho porque cronologicamente alguém decidiu que “esse comportamento não é adequado para a minha idade”.
Sim, eu saio de shorts curtos pela rua, as pernas são minhas e o calor é meu, e quem se incomodar mude o rumo. Eu sou capaz de usar um terno e também uma mini-saia, um vestido de “ir a missa” ou um considerado de periguete. Minha vida, minhas escolhas!
Eu danço até de madrugada se tiver vontade, eu vou correr a maratona se me der na telha, eu assisto desenhos animados e morro de rir ou chorar com eles, eu sento no chão e brinco com meus cães com ursinhos e bolinhas e eu discuto filosofia com meus amigos que gostam do tema.
E sabe por que eu faço tudo isso aos 50? Porque em 50 anos fiz por mim a melhor coisa que alguém pode fazer por si mesmo, me tornei livre e independente para poder fazer o que eu quiser, sem me preocupar com “aquela velha opinião formada sobre tudo”, como diria o saudoso Raul Seixas.
E vou contar um segredinho, a idade é libertadora...ah como paramos de nos importar com bobagens...a opinião dos outros só importa na medida que aquela pessoa realmente importe, sabemos o que queremos, talvez não tudo ainda, mas sabemos exatamente o que não queremos e paramos de fazer.
Não, eu não vou se eu não estiver a fim, e darei a desculpa mais esfarrapada do mundo...prefiro ficar em casa escrevendo e lendo do que em lugares que não me trazem nada. Eu aprendi a dizer não com o passar do tempo, porque os muitos “sim” que eu dizia me custavam caro, eu aprendi a defender minhas opiniões ferozmente ou mudar de opinião se alguém me der um bom motivo.
Sou mais feliz aos 50 do que era aos 30 e acredito que serei ainda mais aos 60, a vida nos traz lições diárias que nos tornam mais flexíveis e só o tempo dá a matrícula para essa escola. Quer frequentar? Viva! Pare de se preocupar com idade, eu já me preocupei muito com ela...agora ela é minha amiga, somos parceiras, dei ao tempo o tempo dele e ele me dá o meu.
Hoje o texto não tem dicas de comportamento para você ser feliz, tem uma mostra de como o meu comportamento me faz feliz, talvez aí esteja a dica. E feliz 50 para quem tem coragem de viver.

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